O trânsito brasileiro é considerado um dos mais violentos do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil ocupa a quarta posição entre os países com maior número de mortes causadas por acidentes de trânsito em todo o mundo. O ranking é liderado pela China, Índia e Nigéria.
Dados do Portal do Trânsito e Mobilidade apontam que o país registra uma média anual de 30 mil mortes em acidentes, ou seja, cerca de 80 pessoas morrem diariamente no trânsito brasileiro.
Mesmo sendo um dos membros comprometidos com a Década de Ação pela Segurança no Trânsito 2011- 2020, proposta pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela OMS, visando a redução de 50% da mortalidade no trânsito, o cenário continua preocupante. Em fevereiro do ano passado, durante a Conferência Mundial de Segurança Viária, realizada na Suécia, as duas organizações sugeriram uma segunda década de ação com o mesmo objetivo, já que a meta não foi alcançada.
Os acidentes de tráfego trazem impactos sociais e econômicos. Para se ter ideia, de janeiro a novembro de 2020, mais de 281 mil indenizações do Seguro DPVAT foram pagas às vítimas e seus familiares. Um montante que supera R$ 1,1 bilhão em indenizações!
Imagine só quantas melhorias poderiam ser feitas no Sistema Único de Saúde (SUS), com esse valor. São recursos, inclusive que poderiam ser empregados para salvar vidas durante a pandemia.
Estima-se que 90% dos acontecimentos são resultado da imprudência dos motoristas. Informações da Polícia Rodoviária Federal apontam que a falta de atenção, seguida da desobediência às regras de trânsito, velocidade incompatível e consumo de álcool estão entre os principais motivos de acidentes. Soma-se a esses fatores os defeitos mecânicos e o desrespeito à distância segura.
Neste contexto, o Movimento Maio Amarelo, ação coordenada entre o poder público, a iniciativa privada e a sociedade civil, chama a atenção para a necessidade de ter respeito e responsabilidade no trânsito. O conceito “Respeito e Responsabilidade: Pratique no trânsito”, tema escolhido para 2021, reforça a importância de ter empatia, pensar no próximo, refletir sobre os impactos das ações individuais na vida coletiva e incentivar a adoção de práticas seguras ao volante.
Com a conscientização dos motoristas, somado aos outros dois pilares considerados fundamentais para a segurança viária, que são as vias e os veículos, será possível reduzir o número de acidentes nas ruas, avenidas e rodovias brasileiras. Com bons pavimentos, sinalização horizontal e vertical adequadas e pessoas responsáveis, o Brasil poderá deixar para trás essas tristes estatísticas.